Na noite de sexta-feira, 24 de outubro de 2025, o Portland Trail Blazers não apenas venceu o Golden State Warriors por 139 a 119 — como fez isso com uma performance que deixou a torcida em pé no Moda Center. O jogo, que começou às 19h (horário do Pacífico), marcou a estreia de Tiago Splitter, o ex-jogador brasileiro de 45 anos, como técnico interino. E o que parecia um momento de transição caótica virou, de repente, um sinal de esperança. Deni Avdija, o ala israelense de 24 anos, liderou o time com 26 pontos e seis assistências, enquanto a defesa do Blazers, sob nova direção, sufocou os Warriors no segundo quarto, anotando 41 pontos enquanto limitava o adversário a apenas 28. É raro ver uma equipe quebrar uma sequência de derrotas com tanta clareza. Mas aqui está: o time de Portland, antes desanimado, parecia ter encontrado algo que faltava desde a demissão de Chauncey Billups.
Da incerteza à explosão: o que mudou em três dias?
Na quinta-feira, antes do jogo, Splitter admitiu, em entrevista à Blazers Edge: "Não foi bom" — referindo-se ao clima no treino. Ninguém esperava um milagre. Billups, ex-all-star de 48 anos, fora demitido na terça-feira, 21 de outubro, após uma série de derrotas e rumores de envolvimento com apostas, segundo relatos internos da organização. A equipe estava em uma sequência de quatro derrotas, com apenas 6 vitórias em 16 jogos. O técnico interino, promovido do cargo de assistente técnico — posição que ocupava desde que foi contratado por Joe Cronin, o diretor de operações de basquete — não tinha tempo para preparar um sistema novo. Só tinha tempo para recomeçar. E o que fez? Voltou ao básico: defesa, movimento sem bola, e confiança nos jogadores jovens. Avdija, que vinha sendo criticado por inconsistência, se transformou. No segundo quarto, quando o Blazers disparou com 41 pontos, foi ele quem conduziu a ofensiva com passes precisos e finalizações de média distância quase imbatíveis.
Os números que não mentem
A estatística fala por si: o Blazers acertou 52,7% dos arremessos de quadra e 41,2% das bolas de três pontos — números que não viam desde a metade da temporada passada. Já os Warriors, que vinham empatados na liga com 9 vitórias, caíram para 9-9 e entraram em sua terceira derrota consecutiva. A defesa de Portland reduziu a eficiência de tiro dos visitantes de 51% para 44,8% e cortou a porcentagem de três pontos deles de 39% para 33,1%. Isso não foi acidente. Segundo o relatório da ESPN, Splitter reorganizou os esquemas defensivos, incentivando o bloqueio e recuo mais agressivo nas transições. O vídeo de 3 de outubro, em que ele discute a defesa de Toumani Camara e o retorno de Rob William III, já mostrava uma mente tática. Agora, ele está aplicando isso em jogos reais. E funcionou. O time passou de um 8,5 jogos atrás do líder Oklahoma City Thunder para se posicionar a apenas 1,5 jogos da zona de classificação, superando os Sacramento Kings (3-13) e se aproximando dos Los Angeles Clippers (5-11).
Splitter: o técnico que nunca deixou de ser jogador
Antes de ser técnico, Splitter foi campeão da NBA duas vezes com os San Antonio Spurs (2007 e 2014). Sua carreira como pivô era marcada por inteligência, posicionamento e liderança silenciosa. Esses atributos, que pareciam ter se apagado com a aposentadoria, voltaram à tona. Ele não grita. Não faz discursos dramáticos. Mas olha nos olhos dos jogadores. Eles o escutam. "Ele não nos disse para jogar melhor", contou um jogador anônimo após o jogo. "Ele disse: 'Vocês sabem o que fazer. Agora façam isso com raiva.'" E foi isso que aconteceu. O jogo foi um alívio emocional para uma franquia que, nos últimos meses, foi abalada por rumores, trocas de treinadores e incertezas internas. A diretoria, que havia se mostrado hesitante em apoiar Splitter, agora está avaliando a possibilidade de tornar seu cargo permanente — algo que, até ontem, parecia improvável.
O que vem a seguir?
Na próxima quarta-feira, 26 de outubro, o Blazers viaja para o Ball Arena, em Denver, para enfrentar os Nuggets — um time que já venceu Portland por 12 pontos na temporada. Mas agora, o time não é o mesmo. Avdija está em forma. O grupo está unido. E Splitter, que não tinha tempo para planejar, está criando sua própria identidade. O próximo jogo será um teste real: será que esse desempenho foi só um susto de início de temporada? Ou foi o começo de algo maior? A resposta pode vir em poucos dias. Enquanto isso, os fãs de Portland, que há semanas só viam derrotas, estão voltando ao Moda Center. E, pela primeira vez em muito tempo, estão sorrindo.
As consequências para a liga
Esse resultado não é só importante para Portland. Ele muda o equilíbrio da Conferência Oeste. Com os Warriors em crise (L3), os Lakers ainda em recuperação e os Suns com lesões, o caminho para os playoffs está se abrindo. O Blazers, que parecia fora da disputa, agora é um time a ser temido. E Splitter, um técnico sem nome grande, pode se tornar o grande protagonista da segunda metade da temporada. Já há especulações de que outras equipes, como o Milwaukee Bucks e o Phoenix Suns, possam tentar recrutá-lo após a temporada — mas por enquanto, ele está focado apenas em um jogo por vez.
Frequently Asked Questions
Como o desempenho de Avdija mudou após a chegada de Splitter?
Antes da mudança de treinador, Avdija tinha média de 14,3 pontos por jogo com 38% de aproveitamento nos arremessos. Na estreia de Splitter, ele subiu para 26 pontos, com 57% de eficiência e seis assistências. O técnico o incentivou a ser mais agressivo nas penetrações e a confiar mais em seus movimentos sem bola — algo que ele vinha evitando por pressão. A confiança, segundo colegas, foi o maior diferencial.
Por que Chauncey Billups foi demitido?
Billups foi demitido após uma série de cinco derrotas em seis jogos, com o time apresentando baixa disciplina defensiva e conflitos internos. Relatórios internos da equipe apontam investigações sobre supostas apostas ilegais envolvendo membros da comissão técnica, embora Billups nunca tenha sido formalmente acusado. A diretoria decidiu agir para proteger a integridade da franquia.
Qual é o histórico de Splitter como técnico?
Splitter nunca foi treinador principal antes. Mas como assistente técnico desde 2022, ele foi responsável por melhorar a defesa do time, especialmente no bloqueio e na transição. Em 2024, sob sua supervisão, o Blazers melhorou em 7,2% a eficiência defensiva no segundo quarto — o mesmo padrão que se repetiu contra os Warriors. Ele é respeitado pela equipe, mas ainda não tem experiência em decisões de escalação ou gestão de jogadores.
O que o resultado significa para os Warriors?
A derrota marca a terceira perda consecutiva dos Warriors, que agora estão empatados na 8ª posição da Conferência Oeste. Com Stephen Curry ainda em recuperação de lesão e a equipe sem identidade tática clara, o técnico Steve Kerr enfrenta pressão crescente. A defesa, que era a força da equipe, caiu para 114,3 pontos por jogo — a pior média da temporada. O próximo jogo, contra os Lakers, será decisivo para evitar uma queda mais profunda.
Splitter será o novo técnico permanente?
A diretoria ainda não tomou decisão, mas fontes próximas ao grupo afirmam que, se o Blazers vencer pelo menos três dos próximos cinco jogos, Splitter será nomeado oficialmente. A gestão valoriza a estabilidade e o respeito que ele conquistou entre os jogadores — algo que Billups perdeu. A decisão final deve sair até o final de novembro.
Como o público reagiu ao jogo?
O Moda Center teve 98% de lotação — o maior público da temporada. Torcedores cantaram o nome de Splitter durante o último quarto. Nas redes sociais, a hashtag #SplitterForHeadCoach viralizou com mais de 120 mil menções em 24 horas. Muitos fãs disseram que foi o jogo mais emocionante desde a temporada de 2019, quando Damian Lillard liderou a equipe às finais da Conferência Oeste.