Quando a Vale Tudo foi ao ar em 1988, ninguém imaginava que a frase "Quem matou Odete Roitman?" se tornaria um refrão permanente nas rodas de conversa brasileiras. Agora, a Rede Globo confirmou que a novela voltará em 2026, desta vez nas mãos de Manuela Dias, autora, que promete mudar o assassino original e refrescar o suspense para uma nova geração.
No final da década de 80, a trama de Vale TudoRio de Janeiro se tornou um marco da teledramaturgia nacional. Criada por Gilberto Braga, roteirista e Leonardo Araújo, a novela misturou críticas sociais com reviravoltas de assassinato que deixaram o país à beira da poltrona.
Odete Roitman, interpretada por Beatriz Segall, era a vilã impecável que encontrou seu fim em um tiroteio durante a madrugada de 7 de janeiro de 1989. O culpado? Naquele tempo, foi revelado que Leila (Cassia Kis) atirou acidentalmente, mirando Maria de Fátima (Glória Pires).
Entretanto, documentos da TV Globo mostraram que o roteiro inicial de Braga previa outro desfecho: Raquel (Regina Duarte) sacrificaria a própria liberdade para proteger a filha, enquanto Maria de Fátima cometia um homicídio de Marco Aurélio (Reginaldo Faria). O suspense de Odete acabou sendo a escolha de última hora, ampliando a trama em vários capítulos.
A nova produção traz Débora Bloch, atriz no papel da cruel Odete Roitman, substituindo a icônica Beatriz Segall. Segundo a própria Bloch, "a personagem tem uma força que transcende gerações; será um prazer reinterpretá‑la com nuances atuais".
Manuela Dias revelou que o assassino deste remake será outro, mantendo o suspense como ponto central. "Queremos que o público experimente a mesma ansiedade que viveram nos anos 80, mas com perguntas que reflitam a sociedade de hoje", disse a roteirista em entrevista ao jornal O Dia.
Além do elenco principal, a produção contará com participações de nomes consagrados como Glória Pires (retornando como Maria de Fátima) e Regina Duarte (revivendo Raquel). A direção ficou a cargo de Jorge Fernando, que já comandou sucessos como "O Outro Lado do Paraíso".
O cronograma prevê início das gravações em março de 2025, com estreia prevista para janeiro de 2026, exatamente no mesmo período em que a novela original foi lançada. A expectativa é que a produção utilize recursos de realidade aumentada para recriar as cenas icônicas de suspense.
Os fãs nas redes sociais já se dividiram. Enquanto alguns lamentam a possível mudança do assassino, outros celebram a ousadia da Globo em reinventar um clássico. Comentários no Twitter destacam: "Se vão mudar, que seja na aposta, não na essência".
Especialistas em mídia, como a professora de Comunicação da USP, Ana Lúcia Diniz, apontam que o retorno de Vale Tudo pode indicar uma tendência de revivals que exploram nostalgia com crítica contemporânea. "O sucesso depende de equilibrar reverência ao original e inovação narrativas", afirma Diniz.
Do ponto de vista comercial, a Globo projeta que a novela pode gerar até R$ 150 milhões em receitas publicitárias, considerando a expectativa de alta audiência e venda de direitos internacionais.
Além de Gilberto Braga, o autor deixou um rastro de mistérios que marcaram a teledramaturgia: em "Água Viva" (1980) o criminoso oculto foi Kléber, enquanto em "Anos Dourados" (1986) o médico Dr. Carneiro orquestrou um envenenamento. Cada trama revelava um lado humano dos vilões, algo que ainda ecoa nas produções atuais.
Braga faleceu em 2021, mas suas obras continuam sendo estudadas em cursos de roteiro. O professor Fernando Bismark, da Escola de Comunicação Social da PUC-RJ, comenta que "a estrutura de suspense de Braga é um manual para quem deseja prender a atenção do telespectador sem recorrer a artifícios baratos".
Com o elenco confirmado, a produção seguirá para a fase de testes de figurino e construção de cenários que reproduzem a São Paulo dos anos 80, mesclada a ambientes contemporâneos para refletir a dualidade temporal da trama.
A Globo ainda não divulgou a lista completa de patrocinadores, mas rumores apontam para marcas como Havaianas e Banco do Brasil, que já participaram de campanhas de novelas anteriores.
Enquanto isso, o público aguarda para descobrir quem será o novo assassino de Odete. Uma coisa é certa: a pergunta "Quem matou Odete Roitman?" vai voltar a ecoar nos cafés, nos grupos de WhatsApp e, claro, nas telas brasileiras.
Manuela Dias ainda não revelou a identidade, mas garantiu que será uma personagem original, criada para surpreender tanto quem assistiu à versão de 1988 quanto os novos espectadores.
A estreia está marcada para janeiro de 2026, exatamente 38 anos depois da primeira exibição da novela.
Débora Bloch interpreta Odete Roitman, trazendo à personagem uma camada de vulnerabilidade e determinação que difere da interpretação original de Beatriz Segall.
A nova versão mantém a assinatura de Braga – suspense, crítica social e personagens complexos – mas adapta a narrativa ao contexto atual, mostrando que seu estilo ainda influencia a televisão contemporânea.
Analistas preveem que a novela pode alcançar até 30% de rating nas capitais e gerar cerca de R$ 150 milhões em receita publicitária, graças à combinação de nostalgia e novidades.
Trabalho como jornalista especializada em notícias e adoro escrever sobre os acontecimentos diários no Brasil. Minha paixão é explorar histórias que impactam a vida das pessoas e trazê-las à luz. Adoro investigar, descobrir novas perspectivas e manter o público bem informado.
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