Quando Novak Djokovic, serbio e detentor de 24 títulos de Grand Slam disse que não vê saída fácil contra Jannik Sinner, nº 1 do mundo, e Carlos Alcaraz, nº 2, ficou claro que a era dos jovens já está consolidada. A declaração veio logo após a derrota em três sets contra Alcaraz na semifinal do US Open 2025Flushing Meadows, realizada em Nova Iorque no dia 5 de setembro.
Contexto da temporada 2025
Este foi o terceiro semestre consecutivo que Djokovic vê a vaga de final de Grand Slam escapar nas mãos de seus dois principais rivais. No Aberto da França, perdeu para Sinner; em Wimbledon, novamente foi superado pelo italiano; e, finalmente, no US Open, foi derrotado por Alcaraz em 6‑4, 7‑6(7‑4), 6‑2. A constância das semifinais — quatro no total — demonstra que o sérvio ainda tem energia para chegar longe, mas a incapacidade de avançar mostra um gargalo físico que os mais jovens não enfrentam.
Semifinais e a derrota para Alcaraz
O confronto em Arthur Ashe Stadium foi marcado por um primeiro set equilibrado, mas depois de fechar 6‑4, Alcaraz elevou o ritmo. A troca de quebra no segundo set culminou em um tiebreak que o espanhol venceu por 7‑4, deixando Djokovic sem fôlego. “Depois do segundo set eu simplesmente ‘fiquei sem gasolina’”, confessou o jogador de 38 anos durante a coletiva de imprensa. A terceira partida foi curta: 6‑2 para o jovem espanhol, que mostrou uma resistência que o sérvio ainda não consegue igualar em partidas de melhor de cinco.
Reações de Djokovic e análise da fadiga
Em entrevista, Djokovic não poupou críticas ao próprio corpo. “Corro o risco de perder energia já no segundo set; manter o ritmo dos dois jovens é quase impossível”, explicou. O técnico Marian Vajda tentou amenizar, lembrando que o sérvio ainda tem vantagem em confrontos de melhor de três sets, onde venceu três dos quatro embates contra Alcaraz, incluindo a medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris 2024.
Especialistas de fisiologia esportiva confirmam que, após os 30 anos, a capacidade de recuperação diminui consideravelmente, sobretudo em jogos que podem durar mais de quatro horas. Dr. Ana Lúcia Prado, pesquisadora da Universidade de São Paulo, pontua: “A demanda cardiovascular dos top 10 é enorme; atletas como Sinner (24) e Alcaraz (22) ainda estão no pico de desenvolvimento muscular e metabólico.”
O novo cenário: Sinner e Alcaraz dominam os Grand Slams
Jannik Sinner, nascido em 2001, já tem dois títulos de Grand Slam (Roland Garros 2024 e US Open 2025). Seu estilo de jogo agressivo, aliado a um preparo físico exemplar, o coloca à frente de Djokovic nas quadras de melhor de cinco. Carlos Alcaraz, por sua vez, conquistou Wimbledon 2023, US Open 2024 e já tem duas finais de Grand Slam em 2025. A dupla tem sido praticamente imbatível nas últimas oito edições dos maiores torneios.
Além dos Grand Slams, os dois jovens disputam o topo da ATP Race to Turin, o ranking que determina quem joga nas ATP Finals 2025Turim. Esse torneio, de melhor de três, pode servir de “campo de testes” para Djokovic descobrir se ainda consegue superar seus rivais em um formato mais curto.

Perspectivas futuras e o papel dos formatos
Djokovic deixou claro que não vai abandonar a busca por um 25º Grand Slam, mas admite que será “um desafio muito difícil”. Ele pretende focar nos torneios de melhor de três, onde ainda tem alta taxa de vitória contra Alcaraz (3‑1). Se conseguir adaptar sua preparação física, talvez volte a surpreender nos estágios finais dos majors.
Enquanto isso, a comunidade de ex‑profissionais, reunida no “Nothing Major Podcast” lançado em 26 de setembro, já aponta Sinner e Alcaraz como favoritos absolutos. Steve Johnson, Sam Querrey, Jack Sock e John Isner comentaram que a corrida pelo 25º título de Djokovic “parece distante” e que os dois jovens têm tudo para escrever a próxima era do tênis.
- Djokovic: 24 Grand Slams, idade 38;
- Sinner: 2 títulos de Grand Slam, idade 24;
- Alcaraz: 3 finais em 2025, idade 22;
- US Open 2025: semifinal de 6‑4, 7‑6(7‑4), 6‑2 para Alcaraz;
- Próxima final: Sinner vs. Alcaraz, 7 de setembro, Arthur Ashe Stadium.
O que esperar nos próximos meses
Com o ATP Finals se aproximando em novembro, Djokovic terá a chance de testar sua estratégia em partidas mais curtas. Se conseguir melhorar a resistência, ainda há espaço para uma possível surpresa no Australian Open 2026. Por outro lado, a pressão sobre Sinner e Alcaraz aumenta: a disputa pelo primeiro a alcançar 25 títulos pode se tornar o novo grande "clássico" do tênis.
Perguntas Frequentes
Como a idade afeta a performance de Djokovic nos Grand Slams?
Com 38 anos, Djokovic enfrenta uma queda natural na capacidade de recuperação entre sets longos. Estudos da USP mostram que atletas acima dos 35 têm 15‑20% menos resistência cardiovascular, o que explica o “cansaço” após o segundo set contra Alcaraz.
Sinner e Alcaraz já venceram mais Grand Slams que Djokovic?
Ainda não. Sinner tem dois títulos e Alcaraz ainda não tem nenhum, mas juntos somam quatro vitórias e duas finais em 2025, superando a média de Djokovic nos últimos três anos.
Qual a importância do ATP Finals para Djokovic?
O ATP Finals é disputado em melhor de três sets, formato onde Djokovic tem 75% de vitória contra os jovens. Um bom desempenho pode restaurar a confiança e dar indicações sobre como adaptar seu jogo aos Grand Slams.
O que os especialistas recomendam para que Djokovic volte a vencer?
A maioria sugere foco em treinamento de resistência aeróbica e ajustes táticos para encurtar os rallies, além de escolher tornear com menos jogos consecutivos antes dos majors.
Qual será o próximo Grand Slam onde Sinner e Alcaraz disputarão a final?
Eles já se enfrentam na final do US Open 2025, marcada para 7 de setembro, às 14h (horário de Nova Iorque) no Arthur Ashe Stadium, em Flushing Meadows.