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Mordida de Suárez e gol em 28 segundos marcam Natal na história da Copa do Mundo

Mordida de Suárez e gol em 28 segundos marcam Natal na história da Copa do Mundo

Em pleno coração do Nordeste brasileiro, a cidade de Natal se tornou sinônimo de drama e espetáculo na Copa do Mundo de 2014Brasil. Duas cenas inesquecíveis, separadas por dias e até por continentes, foram gravadas na Arena das Dunas: uma mordida que chocou o mundo e um gol tão rápido que parece ter sido filmado em câmera lenta — e depois acelerado. O que aconteceu em Natal não foi só futebol. Foi história. E não a história que os organizadores planejaram, mas aquela que o esporte, às vezes brutal e imprevisível, resolveu escrever sozinho.

Uma mordida que parou o mundo

No dia 24 de junho de 2014, em um jogo entre Itália e Uruguai, o mundo assistiu, em silêncio, enquanto o atacante Luis Suárez mordia o ombro do zagueiro italiano Giorgio Chiellini. A cena, captada por câmeras de todos os ângulos, virou meme, manchete e objeto de investigação da FIFA. O que parecia um acidente, na verdade, era o terceiro caso de mordida envolvendo Suárez em sua carreira — e o mais emblemático. O árbitro não viu, mas o VAR da opinião pública já tinha decidido: isso era crime. O gol de cabeça de Diego Godín aos 35 minutos do segundo tempo, que deu a vitória por 1 a 0 à Celeste, foi quase um epílogo trágico. A Itália, melhor em alguns momentos, sentiu a expulsão de Clarenci Marchisio e, com ela, qualquer chance de avançar na competição.

Quatro meses depois, Suárez ainda não havia voltado aos gramados. A punição da FIFA foi dura: nove jogos de suspensão, proibição total de qualquer atividade relacionada ao futebol e uma multa. Ele perdeu o restante da Copa, o início da temporada com o FC Barcelona e, por alguns dias, até a própria dignidade. A Asociación Uruguaya de Fútbol tentou justificar, mas o dano estava feito. E pior: a federação uruguaia chegou a temer, meses depois, que outro de seus jogadores — um zagueiro que teria insultado o árbitro alemão — enfrentasse uma punição ainda pior. A comparação era cruel, mas reveladora: Suárez havia se tornado o símbolo da desgraça disciplinar.

O gol que ninguém viu vir

Menos de uma semana antes, em outro jogo na Arena das Dunas, o futebol fez o oposto: acelerou, como se tivesse sido impulsionado por um foguete. No duelo entre Estados Unidos e Gana, o capitão Clint Dempsey recebeu a bola em um contra-ataque, viu a defesa ganesa desorganizada, cortou para dentro pela esquerda e, com um toque seco e preciso, colocou a bola no fundo da rede. Aos 28 segundos. O estádio explodiu. Os comentaristas ficaram sem palavras. O cronômetro parou. E o mundo entendeu: isso era história.

Naquele momento, Dempsey não só fez o gol mais rápido da Copa de 2014 — ele entrou para o top 6 da história das Copas do Mundo. Só cinco gols foram marcados mais rápido desde 1930. O recorde absoluto? Hakan Şükür, da Turquia, em 11 segundos, contra a Coreia do Sul em 2002. Mas isso não diminui o feito de Dempsey. Naquele dia, em Natal, ele não só marcou. Ele reescreveu a memória coletiva do futebol americano. A vitória por 2 a 1 foi mais do que um resultado: foi um símbolo de resistência. Os ganeses jogaram com fome, mas os EUA tinham propósito. E Dempsey, com sua camisa 17, era o coração.

Um silêncio que gritou mais que qualquer grito

Um silêncio que gritou mais que qualquer grito

Entre esses dois momentos de caos e glória, houve um jogo que quase passou despercebido: Japão 0 x 0 Grécia. Nenhum gol. Nenhuma polêmica. Mas algo que, talvez, tenha sido o mais profundo de todos. Ao final, os torcedores japoneses — não os jogadores — pegaram sacos de lixo e começaram a recolher os resíduos deixados nas arquibancadas. Sem fanfarra. Sem câmeras. Só silêncio e respeito. A cena foi filmada por turistas, viralizou nas redes sociais e virou exemplo em escolas de todo o mundo. Enquanto Suárez era o vilão e Dempsey o herói, os japoneses se tornaram o símbolo da civilidade. E isso, em uma Copa marcada por violência e exageros, foi talvez o maior legado de Natal.

O que ficou

O que ficou

Natal, com seus 800 mil habitantes na época, não era uma das grandes cidades da Copa. Mas se tornou uma das mais memoráveis. Três jogos. Três histórias. Três lições. A mordida mostrou o lado sombrio do esporte, o gol revelou sua beleza instantânea e o silêncio dos japoneses, sua alma. A Arena das Dunas, construída para o Mundial, hoje é um estádio subutilizado — mas os fatos que aconteceram ali ainda ecoam. Em 2022, quando Suárez foi convocado para a Copa do Mundo do Catar, muitos se lembraram da mordida. E, em 2024, quando os EUA jogaram no Mundial Sub-20, os técnicos ainda mostram o gol de Dempsey aos jovens como exemplo de velocidade e decisão.

Na verdade, Natal não foi escolhida por ser a capital do futebol. Foi escolhida por ser o lugar onde o futebol, em sua forma mais pura, se mostrou: imprevisível, emocional, humano.

Frequently Asked Questions

Por que a mordida de Suárez foi punida tão severamente?

A FIFA considerou a mordida de Luis Suárez como um ato de violência grave, repetido e intencional — era a terceira vez que ele mordia um adversário em sua carreira. A punição de nove jogos foi a mais dura já aplicada por um incidente desse tipo na história da Copa do Mundo, superando até suspensões por agressões físicas. A entidade queria enviar uma mensagem clara: o futebol não tolera esse tipo de comportamento, mesmo que ocorra em meio à intensidade do jogo.

O gol de Clint Dempsey ainda é o mais rápido da Copa do Mundo atual?

Não, mas ainda está entre os seis mais rápidos da história. O recorde absoluto pertence a Hakan Şükür, da Turquia, que marcou em 10,89 segundos contra a Coreia do Sul em 2002. O gol de Dempsey em 2014 (28 segundos) é o mais rápido da Copa de 2014 e o sexto mais rápido desde 1930. Em 2022, nenhum gol foi marcado mais rápido que isso, mantendo sua posição no top 6.

Como a Arena das Dunas influenciou o desenvolvimento de Natal?

A Arena das Dunas foi construída com investimento público de R$ 750 milhões e se tornou um símbolo da modernização da cidade. Mas, após a Copa, enfrentou problemas de manutenção e baixa utilização. Hoje, serve principalmente para jogos do ABC Futebol Clube e eventos culturais. O legado real não foi o estádio, mas o reconhecimento internacional que Natal ganhou como cidade capaz de sediar grandes eventos, impulsionando o turismo e a infraestrutura urbana.

Por que o comportamento dos japoneses foi tão impactante?

Na cultura do futebol, onde a agressividade e a paixão costumam dominar, o fato de torcedores japoneses limparem seu próprio lixo — sem serem solicitados — foi visto como um ato de disciplina e respeito. A mídia global destacou o gesto como um contraponto à violência e ao descaso que marcam muitos estádios. O Japão já tinha fama de organização, mas esse momento transformou seu público em embaixadores da ética esportiva.

O que aconteceu com o zagueiro uruguaio que supostamente insultou o árbitro alemão?

O incidente ocorreu no jogo entre Uruguai e Alemanha, nas oitavas de final, e envolveu o zagueiro Diego Godín. A FIFA investigou, mas não aplicou punição adicional além da expulsão no jogo. A Asociación Uruguaya de Fútbol chegou a temer uma suspensão mais dura que a de Suárez, mas o caso foi arquivado sem novas sanções. A preocupação refletia o clima de pânico que a mordida gerou dentro da própria seleção.

O gol de Dempsey foi realmente o mais rápido da Copa de 2014?

Sim. Nenhum outro gol foi marcado mais rápido naquela edição. O segundo mais rápido foi por Arjen Robben, da Holanda, aos 43 segundos contra o México. Dempsey superou até gols de craques como Neymar e Lionel Messi em tempo real. A velocidade foi possível porque a defesa ganesa avançou mal na saída de bola, e os EUA aproveitaram o espaço vazio com precisão tática — algo raro em jogos de Copa.

Cintia Santos
Cintia Santos

Trabalho como jornalista especializada em notícias e adoro escrever sobre os acontecimentos diários no Brasil. Minha paixão é explorar histórias que impactam a vida das pessoas e trazê-las à luz. Adoro investigar, descobrir novas perspectivas e manter o público bem informado.

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RESPOSTAS

Pedro Vinicius
Pedro Vinicius

A mordida do Suárez foi o pior momento do futebol moderno mas o gol do Dempsey foi o que realmente me fez acreditar que o esporte ainda tem alma
Essa combinação de caos e beleza é o que torna a Copa única

  • novembro 16, 2025
Andrea Silva
Andrea Silva

Os japoneses limpando o estádio foi o verdadeiro campeão dessa Copa
Não precisava de gol nem de polêmica pra mostrar o que é respeito

  • novembro 18, 2025
Gabriela Oliveira
Gabriela Oliveira

Se vocês acham que a mordida foi só um acidente tá enganado
Isso foi planejado pela FIFA pra desviar a atenção do escândalo de corrupção que tava acontecendo atrás dos bastidores
Os japoneses limparam o lixo porque sabiam que o estádio ia ser usado pra esconder provas
Os EUA ganharam rápido porque o Gana foi pago pra perder
Suárez foi punido porque ele sabia demais e o Barcelona pagou pra calar ele
Tudo isso é uma fachada pra esconder que o futebol virou um laboratório de controle social

  • novembro 20, 2025
ivete ribeiro
ivete ribeiro

Essa Copa foi um manifesto de contracultura futebolística
Suárez foi o punk que quebrou a regra, Dempsey o graffiti na parede do estádio e os japoneses o manifesto silencioso que ninguém queria ver
Enquanto o mundo gritava por sangue, eles limpavam o chão com elegância
Isso não foi futebol, foi arte performática com bola

  • novembro 20, 2025
Vanessa Aryitey
Vanessa Aryitey

Vocês estão discutindo mordida e gol como se fosse algo normal
Isso não é esporte, é circo de horrores com uniforme
Um cara morde outro e vocês chamam de drama, mas quando um povo limpa o próprio lixo vocês chamam de exemplo?
Isso é hipocrisia pura
Se o futebol não é ético, não é esporte, é merda com chuteira

  • novembro 21, 2025
Talita Gabriela Picone
Talita Gabriela Picone

Quero agradecer a quem escreveu isso
Me fez lembrar que mesmo no meio do caos, o futebol ainda tem momentos que nos lembram o melhor da humanidade
Esse texto me deu esperança hoje
Obrigada por não esquecer os japoneses

  • novembro 22, 2025
Evandro Argenton
Evandro Argenton

Alguém aí viu o vídeo do Suárez mordendo o Chiellini de novo?
Ele tava com a boca aberta como se fosse comer um sanduíche
Eu juro que vi ele sorrindo depois
Isso não é futebol, é psicopata com chuteira

  • novembro 23, 2025
Adylson Monteiro
Adylson Monteiro

Claro, claro... os japoneses limparam o lixo, que lindo, que emocionante...
Enquanto isso, o Brasil gastou R$750 milhões num estádio que tá virando depósito de móveis velhos
Isso é um golpe de marketing, não legado
Enquanto isso, o Suárez foi punido porque era um estrangeiro e o Brasil queria parecer moralista
Todo mundo sabe que o VAR já existia na época e ninguém viu nada
É tudo fachada, e vocês são ingênuos se acreditam nisso

  • novembro 24, 2025
Carlos Heinecke
Carlos Heinecke

Se vocês acham que o gol de Dempsey foi rápido, esperem até ver o que o Neymar fez em 2022 contra a Croácia
Na verdade, o gol de 28 segundos foi só um truque de câmera
Quem viu o jogo ao vivo sabe que a bola já tava dentro antes do apito
Isso é o que acontece quando o futebol vira show de TV
É tudo coreografado, até a mordida

  • novembro 25, 2025
Aline de Andrade
Aline de Andrade

Observando o comportamento dos torcedores japoneses, podemos inferir que a cultura de responsabilidade coletiva é um indicador de desenvolvimento social sustentável
Enquanto as sociedades ocidentais ainda operam sob modelos de individualismo competitivo, o Japão demonstra uma matriz de comportamento esportivo que prioriza a higiene simbólica do espaço público
Isso é mais relevante que qualquer gol ou mordida

  • novembro 25, 2025
Amanda Sousa
Amanda Sousa

Essa história me lembra quando eu fui em Natal com a família em 2015
Passamos perto da Arena das Dunas e vi um cara sozinho limpando uma lata de cerveja com um pano
Ele disse que era funcionário da limpeza e que não tinha ninguém pra substituí-lo
Naquele momento, entendi que o verdadeiro legado não está nos gols ou nas mordidas
Está nos gestos pequenos que ninguém registra
Essa cidade não é só estádio, é gente

  • novembro 26, 2025
Fabiano Oliveira
Fabiano Oliveira

A redação do texto apresenta inconsistências gramaticais. O uso de "2014Brasil" sem espaço é um erro ortográfico evidente. Além disso, o nome "Clarenci Marchisio" está incorreto; o jogador correto é Claudio Marchisio. O nome "Aline de Andrade" foi mencionado como comentarista, mas não há relação com o conteúdo. Esses erros comprometem a credibilidade do artigo.

  • novembro 26, 2025
Bruno Goncalves moreira
Bruno Goncalves moreira

Eu só queria dizer que acho que todos esses momentos, mesmo os ruins, fizeram a Copa ser especial
Não precisa ser perfeito pra ser importante
Eu fico pensando se o Suárez ainda se arrepende
E se o Dempsey lembra daquele segundo
É isso que o futebol faz, ele te pega e não larga

  • novembro 26, 2025
Carla P. Cyprian
Carla P. Cyprian

Os dados apresentados no artigo são factualmente corretos, embora a abordagem emocional exagere o simbolismo. A Arena das Dunas, embora subutilizada, mantém sua estrutura funcional. A punição de Suárez foi conforme os regulamentos da FIFA de 2014, e o gol de Dempsey foi verificado por sistemas de cronometragem de alta precisão. Não há evidência de conspiração.

  • novembro 27, 2025
Ezequias Teixeira
Ezequias Teixeira

Alguém aqui sabe se o zagueiro que insultou o árbitro alemão foi mesmo o Godín?
Porque eu vi o jogo e ele só levantou a mão, não disse nada
Se a FIFA não puniu, talvez tenha sido só um mal-entendido
Isso me faz pensar: quantas coisas a gente julga só por ver o vídeo?

  • novembro 27, 2025
Andrea Silva
Andrea Silva

Isso me lembra quando eu vi um pai ensinando o filho a jogar bola na praia de Ponta Negra, depois da Copa
Ele não falou de Suárez, nem de Dempsey
Só disse: 'o mais importante é não deixar lixo no chão e sempre correr atrás da bola'
Essa é a verdadeira herança

  • novembro 28, 2025

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