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Operação Derby revela tentativa de aliciamento de jogadores do Londrina na Série C

Operação Derby revela tentativa de aliciamento de jogadores do Londrina na Série C

Quando Londrina Esporte Clube recebeu a denúncia de três atletas sobre uma oferta de dinheiro para receber cartão amarelo, o caso ganhou rapidamente destaque nacional. A Ministério Público do Paraná, por meio do Núcleo de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), desencadeou na manhã de 12 de setembro de 2025 a Operação Derby, que investiga o aliciamento de jogadores para manipulação de resultados na Série C do Campeonato Brasileiro.

Contexto: corrupção e manipulação no futebol brasileiro

Nos últimos anos, o futebol tem sido alvo frequente de esquemas de apostas ilegais. A CBF já havia sinalizado a necessidade de fortalecer mecanismos de integridade, mas casos como o de Londrina mostram que ainda há vulnerabilidades. A tentativa de pagar R$ 15 mil a um jogador para que levasse cartão amarelo nos primeiros 27 minutos do primeiro tempo – antes mesmo da partida começar – é um exemplo clássico de manipulação de ocorrências dentro do jogo, algo que pode influenciar fluxos de apostas.

O jogo em questão foi entre Londrina e Maringá Futebol Clube, realizado em 26 de abril de 2025 no Estádio do Café, em Londrina. O resultado terminou em 1 a 1, com dez cartões amarelos distribuídos, mas nenhum dos atletas denunciados participou da falta proposta.

Desdobramento da Operação Derby

A operação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e dois mandados de busca pessoal em duas cidades diferentes: Salvador, na Bahia, e Itapema, em Santa Catarina. O apoio veio do Gaeco da Bahia, reforçando a cooperação interestadual no combate ao crime organizado.

Durante as buscas, foram apreendidos celulares, agendas digitais e conversas que apontam para um grupo de empresários ligados a casas de apostas clandestinas. Ainda não está claro quem são todos os financiadores, mas a investigação já identificou dois nomes que supostamente coordenavam a oferta de vantagem financeira.

Reação dos envolvidos

O promotor Jorge Fernando Barreto da Costa, responsável pelo Gaeco de Londrina, explicou que “a abordagem aos jogadores consistiu no oferecimento de vantagem em dinheiro para que o atleta cometesse falta e tomasse o cartão amarelo até os 27 minutos do primeiro tempo”. Ele ressaltou que os três atletas recusaram a proposta e denunciaram imediatamente ao clube.

Já o diretor de Assuntos Jurídicos do Londrina, ao ser entrevistado, afirmou que “não toleramos qualquer tentativa de corromper nossos jogadores. Assim que tomamos conhecimento, acionamos a CBF e colaboramos integralmente com o Ministério Público”. O clube ainda destacou que nenhum dos jogadores que receberam cartões nas partidas recentes esteve envolvido no esquema.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reconheceu o relato e prometeu reforçar os protocolos de integridade, incluindo treinamentos de prevenção para todos os clubes da Série C.

Impacto e análise de especialistas

Especialistas em integridade esportiva apontam que o foco em ocorrências menores – como cartões amarelos – pode ser tão lucrativo quanto a manipulação de placares. Segundo a consultora de integridade Ana Luíza Mendes, “as casas de aposta pagam valores menores por eventos específicos, mas recompensam a precisão e a rapidez da execução”.

Os números dão uma ideia do tamanho do problema: em 2024, a Receita Federal estimou que cerca de R$ 200 milhões circulavam em apostas ilegais relacionadas ao futebol. Embora a maioria dos casos focasse em resultados finais, a tendência de apostar em eventos internos (faltas, cartões, escanteios) tem crescido 12% ao ano.

Para o público, a mensagem é clara: a integridade do esporte está em risco quando jogadores são alvos de subornos, mesmo que a proposta pareça pequena. As consequências podem incluir suspensão de atletas, multas pesadas e até processos criminais.

Próximos passos da investigação

O Ministério Público informou que as investigações continuam em andamento, com a possibilidade de novos mandados de busca em outras cidades do país. Também está sendo avaliada a extensão da rede de empresários e as ligações com plataformas de apostas online.

Enquanto isso, a CBF prometeu implementar um sistema de monitoramento em tempo real de ocorrências suspeitas durante as partidas da Série C, algo que ainda não existia em níveis inferiores do futebol nacional.

Fatos principais

  • Operação Derby iniciada em 12/09/2025.
  • Três jogadores do Londrina denunciaram tentativa de aliciamento para receber cartão amarelo.
  • Oferta de R$ 15 mil para levar cartão até os 27 minutos do primeiro tempo contra o Maringá.
  • Mandados cumpridos em Salvador (BA) e Itapema (SC).
  • Celulares e mensagens apreendidas apontam para empresários ligados a apostas clandestinas.

Perguntas Frequentes

Como a tentativa de aliciamento afeta os jogadores do Londrina?

Os atletas foram abordados horas antes da partida e receberam R$ 15 mil para levar cartão amarelo. Ao recusarem, evitaram sanções disciplinares e ajudaram a reduzir o risco de manipulação, mas ficaram expostos a retaliações de organizadores de apostas.

Qual o papel do Ministério Público do Paraná nesta investigação?

O MP, através do Gaeco de Londrina, coordenou a Operação Derby, executou mandados de busca em três estados e está coletando provas para identificar os responsáveis pelas propostas de suborno e possíveis ligações com casas de apostas ilegais.

O que a CBF pretende fazer para prevenir novos casos?

A Confederação anunciou reforço nos protocolos de integridade, incluindo treinamento obrigatório para jogadores e equipe técnica, além da implementação de um monitoramento em tempo real de eventos suspeitos nas partidas da Série C.

Existe risco de outras partidas da Série C serem alvo de manipulação?

Sim. O promotor Barreto alertou que a investigação ainda está em fase inicial e que podem existir outras tentativas não detectadas. O foco agora é mapear a rede de empresários e impedir novos aliciamentos.

Como o público pode ajudar a identificar casos de manipulação?

Denúncias anônimas podem ser enviadas à Ouvidoria da CBF ou ao Ministério Público. Observadores atentos a comportamentos incomuns, como cartões inesperados ou faltas suspeitas, podem contribuir para a transparência do esporte.

Cintia Santos
Cintia Santos

Trabalho como jornalista especializada em notícias e adoro escrever sobre os acontecimentos diários no Brasil. Minha paixão é explorar histórias que impactam a vida das pessoas e trazê-las à luz. Adoro investigar, descobrir novas perspectivas e manter o público bem informado.

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RESPOSTAS

Lucas Santos
Lucas Santos

Prezados leitores, cumpre-me analisar a Operação Derby com a devida seriedade e ponderação. A iniciativa demonstra que o combate à corrupção no futebol nacional ainda carece de mecanismos robustos e transparentes. A denúncia dos três atletas evidencia um cenário alarmante de vulnerabilidade, onde até valores modestos como R$ 15 mil podem corroer a integridade do esporte. É imprescindível que a CBF intensifique seus protocolos de integridade, adotando treinamentos periódicos e sistemas de monitoramento em tempo real, como já anunciado. Ademais, a cooperação entre o Ministério Público e o Gaeco demonstra um avanço significativo na persecução penal de indivíduos ligados a casas de apostas ilícitas. Contudo, persiste a necessidade de maior vigilância nas ligas inferiores, onde a exposição a práticas ilícitas costuma ser maior. Recomendo, ainda, que clubes adotem políticas internas de compliance, assegurando canais seguros para denúncias anônimas. Este é um passo fundamental para proteger jogadores de possíveis retaliações. Por fim, a sociedade civil tem um papel crucial ao denunciar comportamentos suspeitos, reforçando a cultura da transparência no futebol. :)

  • outubro 6, 2025
vinicius alves
vinicius alves

Tipo, a parada da Operação Derby tá na vibe de um hype de compliance que, na real, ainda falta punch no chão de campo. Os caras tão falando de "monitoramento em tempo real", mas a parada ainda tá no nível de PowerPoint, saca? Fica a dica: sem um real-time analytics, a integridade vira só mais um slogan no site da CBF. 

  • outubro 11, 2025
Circo da FCS
Circo da FCS

Olha o drama desses caras achando que R$15 mil resolve tudo

  • outubro 16, 2025
Savaughn Vasconcelos
Savaughn Vasconcelos

Ao considerar a magnitude da Operação Derby, somos conduzidos a reflexões profundas acerca da tênue linha entre a honra esportiva e a tentação financeira. A recusa dos atletas em aceitar suborno revela não apenas coragem individual, mas também a existência de um código de ética ainda latente entre os jogadores de Série C. Enquanto a CBF projeta monitoramento em tempo real, devemos questionar se tal medida será suficientemente sofisticada para detectar nuanças como faltas intencionais ou cartões amarelos planejados. Cada tentativa de manipulação expõe a fragilidade dos sistemas de vigilância e nos convida a repensar a arquitetura regulatória do futebol brasileiro. A cooperação interestadual entre o Gaeco de diferentes estados sinaliza um avanço, embora ainda haja lacunas na integração de bancos de dados e na análise preditiva de apostas suspeitas. Em última análise, o sucesso da operação dependerá da capacidade de transformar denúncias esporádicas em um ecossistema preventivo robusto, onde a integridade não seja apenas uma promessa, mas uma prática cotidiana que reverbera das arquibancadas ao campo.

  • outubro 20, 2025
João Paulo Jota
João Paulo Jota

Ah, claro, mais uma história de "corruptos" que a imprensa adora explorar enquanto o Brasil ainda luta para ter um time decente na Copa. Enquanto isso, eles acham que ao lançar um monte de “investigações” vão salvar o futebol nacional – sarcasmo nível ouro!

  • outubro 25, 2025
Luciano Hejlesen
Luciano Hejlesen

É realmente lamentável observar como esses supostos “cidadãos de bem” se perdem em delírios de grandeza ao tentar manipular eventos tão triviais como cartões amarelos. 🙄 A realidade, porém, é que tais tentativas refletem uma decadência estrutural que demandará mudanças sistêmicas profundas, caso contrário, nos veremos perpetuamente mergulhados em escândalos de menor escala que alimentam a percepção de impunidade. 🌐

  • outubro 29, 2025
Marty Sauro
Marty Sauro

Olha, veja bem, a operação foi importante, mas vamos combinar que ela ainda deixa muito a desejar. Enquanto os caras anotam os cartões, não vemos por onde o dinheiro realmente escapa. É quase como elogiar o árbitro antes de saber quem fez a falta.

  • novembro 3, 2025
Aline de Vries
Aline de Vries

Com certeza, é uhu importanta a denuncia! Mas basta pode ter mt1 mto cuidado pra nd adoecer no devida hora. Vcacao pba, n?

  • novembro 7, 2025
Tatianne Bezerra
Tatianne Bezerra

Vamos lá, galera! Essa situação mostra que o esporte tem que ser mais que sucesso, tem que ser orgulho da nossa cultura. Não dá pra aceitar que gente tente sujar o nome do nosso futebol! É hora de agir com força total e mostrar que não vamos tolerar nada disso.

  • novembro 12, 2025
edson rufino de souza
edson rufino de souza

É óbvio que há algo maior em jogo aqui. As casas de apostas não são meras empresas; elas são peças de um grande quebra-cabeça controlado por forças ocultas que manipulam não só o esporte, mas toda a estrutura econômica do país. A Operação Derby pode ser apenas a ponta do iceberg, enquanto forças invisíveis continuam a puxar os cordões por trás dos bastidores, dirigindo resultados e influenciando decisões políticas. Não podemos subestimar a extensão dessa rede, pois cada tentativa de manipulação pode ser um teste para futuras operações ainda mais audaciosas. É imprescindível que a população esteja atenta e questione a narrativa oficial, pois a verdade muitas vezes está escondida sob camadas de desinformação deliberada.

  • novembro 17, 2025

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