X-Men: Jake Schreier confirma início do reboot da Marvel e prepara integração ao MCU

X-Men: Jake Schreier confirma início do reboot da Marvel e prepara integração ao MCU

Depois de anos de espera, o reboot dos X-Men no MCU finalmente saiu do papel. Jake Schreier, diretor de Thunderbolts, confirmou que já começou a trabalhar no filme que vai introduzir os mutantes de forma definitiva ao universo da Marvel nos cinemas. A fala veio em 22 de agosto de 2025, em entrevista à revista Empire: “Não posso dizer nada, mas começamos a trabalhar em X-Men, e isso é obviamente muito, muito empolgante”.

Schreier deixou claro que a experiência recente à frente de Thunderbolts foi um laboratório valioso. Ele contou que aprendeu, na marra, a ajustar a proporção entre grandes sequências de ação e momentos mais íntimos, guiados por personagem. “O maior aprendizado foi a proporção entre a ação e as cenas emocionais, e como, mesmo com mais dias de filmagem do que eu já tive, a ação consome tudo muito rápido”, disse. É um recado direto sobre a ambição do projeto: espetáculo, sim, mas com coração.

O que muda com o reboot no MCU

Desde a compra da Fox pela Disney, em 2019, a pergunta que rondava os corredores de Hollywood era: quando os mutantes apareceriam de verdade no MCU? A Marvel vinha soltando pistas — de participações multiversais a menções a “mutação” em séries e filmes recentes —, mas faltava um ponto de virada canônico. Esse ponto chega agora com o reboot.

O roteiro está nas mãos de Michael Lesslie, coautor de The Hunger Games: The Ballad of Songbirds & Snakes. Ele tem experiência em franquias de grande escala e thrillers políticos, uma combinação útil para um time que sempre foi mais do que superpoderes: os X-Men lidam com preconceito, política e choque cultural desde a origem nos quadrinhos. A escolha indica que a Marvel pretende recuperar a camada social que mantém a equipe relevante há décadas.

Kevin Feige, presidente do estúdio, reforçou a estratégia: a ideia é apresentar os personagens com calma, dando a cada um o tempo que merece, enquanto define qual saga maior vai sustentar o próximo ciclo de histórias. Na prática, isso aponta para uma introdução cuidadosa, sem atropelar arcos pessoais em troca de pressa para chegar ao próximo evento.

Esse cuidado tem motivo. O MCU vive uma fase de reorganização de calendário, expectativas e tom. Colocar os mutantes na engrenagem exige resolver questões de continuidade, escopo e linguagem: como recontar a origem sem repetir os filmes anteriores? Onde encaixar Xavier, Magneto e companhia numa linha do tempo já recheada? E, talvez mais sensível, qual será o ponto de vista central — a escola, a equipe de campo, ou as duas coisas em paralelo?

Schreier chega com um perfil que ajuda nessa transição. Antes de entrar de vez na Marvel, ele dirigiu longas como Robot & Frank e Cidades de Papel, obras mais intimistas, além de comandar Thunderbolts, um filme de equipe com personagens de moral ambígua. Esse conjunto sugere que ele pode equilibrar a grandiosidade que o público espera com um olhar mais humano, essencial para que o time não vire só uma lista de poderes.

Elenco, roteiro e calendário: o que sabemos e o que falta

Por enquanto, a maior curiosidade gira em torno do elenco. A dúvida óbvia é Wolverine: Hugh Jackman, depois de anos no papel, volta às telas, mas a Marvel ainda não cravou se ele será o Logan “oficial” da linha principal do MCU (a chamada Terra-616) ou se o personagem será recast em breve. Essa decisão afeta o tom do filme, a idade do grupo e a dinâmica entre líderes como Ciclope e Jean Grey.

Nos bastidores, a conversa é que o estúdio deve priorizar atores mais jovens, não necessariamente estrelões já consagrados. Isso dá fôlego para contratos longos e crescimento orgânico ao longo de várias fases. Também abre espaço para diversidade real no elenco, algo que casa com a essência dos mutantes — uma metáfora de minorias enfrentando medo e intolerância.

A formação da equipe é outro ponto em aberto. A Marvel pode ir pelo clássico (Ciclope, Jean, Tempestade, Fera, Wolverine), apostar em versões mais recentes (como Jubileu, Noturno, Psylocke, Kitty Pryde) ou misturar eras, como fez nos melhores momentos dos quadrinhos. A escolha do vilão também diz muito sobre o rumo: Magneto e sua ambiguidade moral colocam a discussão política no centro; Apocalypse traz escala apocalíptica; Senhor Sinistro empurra a trama para ética genética e horror científico.

Narrativamente, há um dilema criativo: recontar a origem do zero ou começar com os mutantes já estabelecidos, deixando o passado vir à tona aos poucos? A primeira opção facilita a integração do público novo; a segunda evita repetir histórias já conhecidas e dá ritmo mais acelerado. A fala de Feige sobre “apresentar todos e dar o devido espaço” sugere um meio-termo: apresentar, sim, mas sem refazer, cena a cena, capítulos exaustivamente revisitados.

Calendário? Ainda não há data anunciada. A única certeza é que o longa chega aos cinemas depois de Avengers: Secret Wars, que encerra a Fase 6. Na prática, isso empurra a estreia para depois do grande evento que deve redefinir o tabuleiro do MCU. Faz sentido: a Marvel pode usar Secret Wars para organizar a casa, ajustar linhas temporais e então abrir a porta de vez para os mutantes, já no “novo normal” pós-evento.

Do ponto de vista de produção, o comentário de Schreier sobre como a ação engole dias de filmagem dá uma pista do tamanho do desafio. Um filme dos X-Men exige design de produção inventivo (Mansão Xavier, Sala de Perigo), coordenação de dublês em escala, efeitos visuais com múltiplas naturezas de poder e um figurino que resista à ação sem virar fantasia genérica. Tudo isso consome cronograma e orçamento — e aumenta a pressão por planejamento cirúrgico.

Por que essa estreia é tão estratégica? Porque os mutantes podem oferecer ao MCU um pacote que combina nostalgia, renovação e conversa direta com o mundo real. Eles permitem histórias íntimas de amadurecimento, epopeias de ação e arcos políticos no mesmo filme. Numa fase em que as franquias disputam atenção com séries, games e plataformas, entregar um primeiro capítulo que defina um “norte” claro é mais do que uma meta artística: é uma necessidade de mercado.

O que está confirmado e o que segue em aberto até agora:

  • Confirmado: Jake Schreier já trabalha no filme e vai aplicar aprendizados de Thunderbolts, focando no equilíbrio entre ação e emoção.
  • Confirmado: roteiro a cargo de Michael Lesslie, com histórico em grandes franquias.
  • Confirmado: chegada aos cinemas depois de Avengers: Secret Wars, com integração planejada ao MCU principal.
  • Confirmado (linha editorial de Feige): introdução cuidadosa dos personagens, sem atropelos.
  • Em aberto: elenco completo, especialmente a situação de Wolverine/Logan na Terra-616.
  • Em aberto: formação da equipe, vilão principal e tom (político, escolar, apocalíptico ou híbrido).
  • Em aberto: janela de filmagens e data de estreia.

Para o público, o recado por ora é simples: a fase de boatos ficou para trás e o projeto entrou no estágio de desenvolvimento ativo. Para a Marvel, é a chance de reintroduzir um dos times mais amados dos quadrinhos com cara de novo início, mas sem perder o que faz os mutantes serem, desde sempre, sobre pessoas antes de poderes. A fala de Schreier sobre “proteger” momentos de personagem no meio do espetáculo mostra que essa é a prioridade. Se ela sobreviver à correria do set, o reboot tem tudo para chegar com personalidade.

Cintia Santos
Cintia Santos

Trabalho como jornalista especializada em notícias e adoro escrever sobre os acontecimentos diários no Brasil. Minha paixão é explorar histórias que impactam a vida das pessoas e trazê-las à luz. Adoro investigar, descobrir novas perspectivas e manter o público bem informado.

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